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Entenda o que é e como tratar o transtorno do desejo sexual hipoativo

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Quando a frase “Não estou no clima hoje” passa a fazer parte da rotina de um casal, pode ser sinal de que algo não está muito bem no relacionamento, mas também pode ser um indício de um problema de saúde. O transtorno do desejo sexual hipoativo é uma disfunção sexual que atinge uma grande quantidade de mulheres — e merece atenção.

A condição pode ter origem emocional ou estar ligada a outras doenças. Por essa razão, é preciso conhecer sobre ela e buscar ajuda, se desconfiar dos sintomas. Siga com a gente para ter mais detalhes sobre este assunto.

O que é o transtorno do desejo sexual hipoativo?

O transtorno do desejo sexual hipoativo é umas das principais queixas femininas em consultórios médicos. Trata-se de uma disfunção sexual, caracterizada pela falta ou diminuição do interesse sexual, com dificuldade física do corpo de se preparar para a relação, com falta de excitação subjetiva ou de resposta genital física à estimulação sexual.

Em geral, ocorre em mulheres mais maduras, sobretudo após a menopausa, mas pode se manifestar em qualquer idade e de diversas formas, com variados fatores desencadeantes. No entanto, há estudos afirmando que o pano de fundo de todos os casos é de ordem emocional e psicológica.

O que pode desencadear essa condição?

Como dissemos há pouco, o transtorno do desejo sexual hipoativo é uma condição multifatorial. Sendo assim, ela pode estar ligada a causas de origem hormonal, psicológica e emocional, e, até mesmo, a presença de outras patologias, como mostramos a seguir na lista dos fatores mais comuns para o desenvolvimento dessa disfunção:

  • hipertensão arterial, diabetes e síndrome metabólica;
  • uso de anticoncepcionais hormonais;
  • alterações hormonais relacionadas com a menopausa;
  • uso de determinados medicamentos;
  • depressão, ansiedade;
  • distúrbios psicológicos;
  • etilismo;
  • problemas no relacionamento e
  • histórico de traumas sexuais.

Como os hormônios afetam o desejo sexual nas mulheres?

A ligação entre o desejo sexual hipoativo é particularmente forte durante a transição da menopausa e depois dela. Nesta fase, as alterações endócrinas podem afetar a qualidade de vida e causar, entre outros sintomas da menopausa, essa disfunção.

Isso ocorre porque a diminuição do estrogênio, assim como a hiperprolactinemiacomuns nesse período, podem provocar dispareunia — que é a dor ou desconforto que surge durante ou depois das relações sexuais — e, assim, diminuir o interesse sexual. Já a redução da testosterona, também relacionada à idade, pode influenciar diretamente no desejo sexual, reduzindo a libido.

Além disso, outras disfunções hormonais, como o diabetes, interferem nas condições físicas e podem ter impacto no desejo sexual feminino. No caso das mulheres diabéticas, por exemplo, a doença pode danificar os nervos autonômicos ou somáticos ou suas vias, e causar a diminuição da sensibilidade na região genital, o que influencia diretamente a qualidade da vida sexual.

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Qual o impacto dessa condição na rotina e saúde da mulher?

A sexualidade, como sabemos, passou de simples instrumento de reprodução a um indicador de qualidade de vida. Desta maneira, uma vida sexual satisfatória pode influenciar sentimentos, comportamentos e interações interpessoais. Juntas, todas essas áreas da nossa vida ajudam a construir a saúde física e mental.

Sendo assim, o transtorno do desejo sexual hipoativo gera diversas instabilidades que passam a ser vivenciadas pelas mulheres, trazendo sentimentos de desvalorização e até auto rejeição.

Uma pesquisa recente mostrou que cerca de 70% das mulheres (com idade média de 36 anos) sente ou já sentiu diminuição no desejo sexual. Essa realidade leva a uma rotina de queda na autoestima e frustração, na medida em que muitas mulheres se sentem ansiosas diante da perspectiva de ter uma relação sexual sem desejo real para a prática.

O mesmo estudo mostrou impactos na rotina dessas mulheres quando não têm uma vida sexual satisfatória:

33,73% Tem alteração de humor
14,45% Sente bem-estar quando pratica sexo
13,25% Fica irritada, insatisfeita e estressada quando não faz sexo
10,85% Melhora a autoestima quando se sente desejada

Quais os sinais do transtorno do desejo sexual hipoativo?

O principal sinal desse transtorno é justamente a diminuição ou cessação do interesse pelo sexo. Mas essa seria uma explicação muito simplista para uma condição tão complexa, já que existem diversos fatores que determinam se a mulher sofre ou não com esse transtorno, o que pode ser, de certa forma, uma interpretação subjetiva.

Há, porém, alguns pontos que podem ser considerados como sintomas de que pode haver uma disfunção levando ao desejo sexual hipoativo. Falamos sobre eles a seguir.

Como é diagnóstico e tratamento para o transtorno do desejo sexual hipoativo?

O diagnóstico do transtorno do desejo sexual hipoativo é feito clinicamente a partir dos sintomas. Uma conversa franca com o ginecologista é a chave para identificar a disfunção, que também só é considerada um transtorno se estiver presente por mais de 6 meses e causar sofrimento, angústia ou gerar algum desconforto ou incômodo na mulher.

Em geral, a detecção da condição é feita com base na análise dos critérios do DSM-5 (Manual de Doenças e Estatísticas da American Psychiatric Association) — e requerem ausência ou diminuição significativa de 3 ou mais destas condições:

  • interesse na atividade sexual;
  • fantasias ou pensamentos sexuais ou eróticos;
  • início da atividade sexual e capacidade de resposta à iniciação do parceiro;
  • excitação ou prazer durante pelo menos 75% da atividade sexual;
  • interesse ou excitação em resposta a estímulos sexuais eróticos internos ou externos (escritos, verbais, visuais);
  • sensações genitais ou não genitais durante, no mínimo, 75% da atividade sexual.

Dependendo do diagnóstico, o tratamento pode ser baseado em terapia hormonal. Além disso, o médico deverá avaliar a necessidade de um acompanhamento psicoterapêutico, inclusive em casal. Além disso, o uso de hidratantes e lubrificantes vaginais pode ajudar, paliativamente, a melhorar a dor sexual e aumentar o conforto para a mulher.

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Publicado em: 21/07/2022 | Atualizado em: 21/07/2022 | Por:
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