Quase 67 mil mulheres já receberam ou ainda vão receber o diagnóstico de câncer de mama somente em 2022 no Brasil. O número é um alerta, mas a atenção pode vir de outra estimativa: há cerca de 95% de chance de cura quando o câncer é detectado precocemente.
Sendo assim, nada melhor do que conhecer a doença, os sintomas e as formas mais importantes de identificá-la. Por essa razão, preparamos um artigo detalhado com informações sobre os sinais do câncer de mama, os tipos da doença e explicações práticas para a realização do autoexame mensal.
Fique com a gente para saber mais sobre como prevenir, identificar e tratar essa doença. Vamos lá?
Quais são os principais sintomas do câncer de mama?
O câncer de mama é um dos tipos da doença que pode ser facilmente detectado em sua fase inicial. É por esse motivo que o prognóstico costuma ser tão positivo, com estimativa de sobrevida superior a 90%, de acordo com a American Cancer Society.
O principal sintoma do câncer de mama é a presença de um nódulo — o popular caroço — em um dos seios. No entanto, há outras alterações que podem ser um sinal de alerta para a presença de um tumor:
- Nódulo fixo e, geralmente, indolor;
- Pele da mama avermelhada;
- Lesões que não cicatrizam;
- Pele retraída ou com aspecto de casca de laranja;
- Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço;
- Pele mais quente ou com veias mais aparentes que o comum;
- Grande alteração no formato ou tamanho de uma das mamas;
- Alterações no aspecto ou formato do mamilo (inversão ou enrugamento, por exemplo);
- Secreção anormal nos mamilos.
Existem diferentes tipos de câncer de mama?
Sim, existem vários tipos de câncer de mama e formas distintas de descrevê-los. Em geral, ele costuma ser categorizado pela localização e maneira como se desenvolve, como mostramos abaixo:
- câncer de mama ductal in situ – também chamado de carcinona intraductal, começa no ducto de leite e não cresce para o restante do tecido mamário. Este é considerado não invasivo ou câncer de mama pré-invasivo;
- câncer de mama invasivo (ou infiltrante) é aquele que se dissemina pelo tecido mamário adjacente. Segundo estatísticas, os tipos mais comuns deste câncer são o carcinoma ductal e o carcinoma lobular invasivos. Em resumo, o carcinoma ductal invasivo representa quase 80% de todos os cânceres de mama.
Além disso, há outra forma de classificação dos tipos especiais de câncer de mama invasivo. Isso porque alguns deles têm características especiais ou se desenvolvem de maneiras diferentes que afetam seu tratamento e prognóstico. Assim, apesar de serem menos comuns, podem ser mais graves do que outros tipos da doença.
Câncer de mama triplo negativo
O câncer de mama triplo negativo é um tipo agressivo de câncer de mama invasivo, representa cerca de 15% dos casos. Em geral, ele acomete mulheres jovens — antes dos 40 anos.
De acordo com a FEMAMA (Federação Brasileira de Apoio à Saúde da Mama) é um câncer difícil de ser tratado. Isso ocorre, sobretudo, pela característica que dá nome a este subtipo: ele é considerado triplo negativo por não haver a expressão da proteína HER2 e nem dos receptores de estrogênio e progesterona. Sendo assim, são poucas as medicações que podem ser utilizadas para tratá-lo.
Câncer de Mama Inflamatório
Este tipo de câncer de mama é mais raro — representa entre 1 e 5% dos casos — e, geralmente, é fatal. Devido ao rápido desenvolvimento e à sua característica invasiva, ele costuma se disseminar para os linfonodos.
Em geral, o tempo para tratamentos é muito curto. Justamente por causar inflamação no local, o câncer de mama inflamatório tem, entre seus principais sintomas, o inchaço, vermelhidão e alta temperatura do seio afetado.
É possível se prevenir ?
De acordo com o INCA (Instituto Nacional de Câncer), cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis. Diante disso, vale relembrar as atitudes que contribuem para uma vida mais sadia:
- praticar atividade física;
- manter o peso corporal adequado;
- evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
- amamentar, quando for mãe – pelo máximo de tempo possível;
- não fumar e evitar o tabagismo passivo.
Qual a melhor forma de diagnóstico do câncer de mama?
Em grande parte dos casos, o câncer de mama pode ser detectado na fase inicial. Assim, a possibilidade de tratamentos menos agressivos e com taxas de sucesso satisfatórias fica ainda maior. Por isso, é importante conhecer as ferramentas de diagnóstico.
Para começar, a primeira delas é a sua própria mão, por meio do autoexame mensal das mamas. Além disso, a Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda que a mamografia de rastreamento seja realizada, para mulheres a partir dos 40 anos, anualmente.
Como fazer o autoexame das mamas?
Conhecer o próprio corpo e adquirir o hábito de observá-lo pode ser crucial para identificar suspeitas e prevenir doenças. No caso do autoexame das mamas não é diferente. Neste sentido, criar a rotina de fazer essa avaliação todos os meses é saudável e necessário.
Se você não sabe bem como começar, trazemos um passo a passo para um autoexame simples e completo. Confira:
- Na frente do espelho, observe se há alterações no aspecto das mamas e dos mamilos. Baseada nas características da sua mama que você já conhece, veja se há mudanças importantes, secreção, rugas ou covinhas;
- Aperte as mãos atrás da cabeça e pressione-as contra a nuca. Avalie se há mudanças na forma e contorno das mamas, especialmente na parte inferior;
- Coloque as mãos firmemente sobre o quadril e incline-se ligeiramente em direção ao espelho, apertando os ombros e cotovelos para frente. Mais uma vez, veja se há alterações de forma e contorno;
- Levante um dos braços e, usando três ou quatro dedos da outra mão, sonde a mama completamente com a parte plana dos dedos. Movendo os dedos em pequenos círculos ao redor da mama, comece no mamilo e mova-se gradualmente para fora. Pressione suavemente, mas com firmeza, tentando sentir se há algum nódulo ou massa incomum sob a pele. Apalpe toda a mama, a axila e a região entre a mama e a axila para ver se há nódulos. Repita no outro seio, com o outro braço erguido;
- Aperte os mamilos delicadamente e observe se há secreção;
- Deite-se de costas com um travesseiro sob o ombro esquerdo e com o braço esquerdo por cima da cabeça. Essa posição achata a mama e facilita o exame. Examine a mama como nas etapas 4 e 5. Repita o procedimento para a mama direita.
O que é e como é feita a mamografia?
A mamografia é uma radiografia das mamas. De maneira resumida, ela é feita por um equipamento de raio-X chamado mamógrafo. Assim, o exame é capaz de identificar alterações suspeitas de câncer antes do surgimento dos sintomas. Ou seja, é uma forma de diagnóstico que consegue detectar a doença antes mesmo que as alterações possam ser perceptíveis no exame físico.
Para realizar o exame, a dose de radiação é muito baixa e considerada segura. Durante o exame, a mulher fica em pé, de modo que o seio fique posicionado entre as duas placas do mamógrafo. Primeiro, é feita uma captura de imagens de cima para baixo. Depois, pelas laterais, capturando ainda a região dos gânglios linfáticos nas axilas. Com isso, é possível ter uma visão ampla e detalhada dos tecidos.
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Como é o tratamento do câncer de mama?
O tratamento do câncer de mama depende da fase em que a doença é detectada, do tipo de tumor e, ainda, das condições de saúde e histórico de cada paciente. Em geral, o processo é baseado em cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Mas pode, também, contar com terapia hormonal ou biológica.
Por essa razão, é fundamental estar atenta aos sinais do câncer de mama, manter a regularidade nas consultas médicas e exames preventivos e, sobretudo, procurar um especialista ao menor sintoma suspeito. Só um profissional especializado pode conduzir o diagnóstico e encaminhar o tratamento.
Se tiver qualquer dúvida sobre este assunto ou desejar marcar uma avaliação individual com um de nossos mastologistas, entre em contato com a equipe de atendimento da Clinifemina. Estamos sempre à sua disposição.